domingo, 12 de março de 2017

SONETO DA REVELAÇÃO


Andei na vida atrás de uma resposta
que aclarasse a pergunta que me fiz
se minha pobre infância hoje remota
inda é meu dom de envelhecer feliz.

Eu sempre sustentei a alma exposta
como a lâmpada acesa do aprendiz,
a ver se habita mesmo uma suposta
mágoa no amor que oculta a cicatriz.

À exaustão transpus mil cordilheiras
e os rústicos agrestes das fronteiras
onde houvesse uma rosa no jardim.

Embalde! Eu já aprendi com a idade
a despeito da ausência da saudade,
que tudo estava aqui dentro de mim!

Afonso Estebanez

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