MEU CANTEIRO DE SONHOS
Uma grande construção
foi demolida
No canteiro de obras de minha vida...
Outra construirei ainda que pequenina
Naqueles traços deixados na despedida.
Entre trapos, farrapos
e entulhos,
Posso encontrar matéria prima...
Começarei fazendo a reciclagem
Da alma acostumada com o clima
Das tarefas diáfanas das miragens.
Posso aproveitar o que
sobrou de mim
E dar início a uma renovadora construção,
Do jeito que me faça ainda ser feliz.
O aprendizado da
experiência e do velho
Sofrimento serão os meus instrumentos
De superação da minha fase de aprendiz.
Recomeçar pelo
alicerce, preparar o terreno,
Novamente, aterrando, plainando onde a areia
Movediça um dia afogou-me os pés sem chão...
Quero reconstruir na rocha para que os sonhos
Solidificados não possam desmoronar.
Fortes colunas sobre o alicerce de minhas
Decisões compostas de atitudes duradouras,
Paredes que só guardem vozes sem chorar.
Minha sala terá um
cantinho acolhedor
Com plantas orientais, anjos, duendes,
Uma pequena fonte com aves cantando
Ao redor das águas borbulhantes...
Aí vou receber os amigos, falar poemas
Desconhecidos e meditar sobre alguma
Coisa provável como a eternidade.
Erguerei um quiosque de verão com
Plantas exóticas de algum Éden que
Ainda não foi inventado nesta vida,
Terei um corredor com decorações de sol,
Estrelas, astros, luas e asteróides nunca
Dantes descobertos...
Não haverá desertos em
meus projetos
De inocentes animais de estimação...
Os anõezinhos brincalhões conversarão
Ao redor da pequena piscina onde lírios
Dividirão comigo e meus amigos um drink
De orvalho como num brinde a todas
As manhãs que trazem sempre
Algum eterno recomeço...
Mary Lovely
(Em homenagem especial
à poetisa autora,
em agradecimento à sua
generosidade no
desenvolvimento do meu
blogger)
Afonso Estebanez
Nenhum comentário:
Postar um comentário