domingo, 5 de fevereiro de 2017

O OFÍCIO DO POETA


Objetivo: prestar auxílio cultural voluntário aos interessados em iniciar na arte da criação literária no âmbito da poesia, através de estímulos especiais que visem à desobstrução do medo resultante da inibição, da timidez, da discriminação de qualquer espécie e de outros fatores de exclusão dos indivíduos do processo de autoafirmação sociocultural.

Concebida a poesia, passa o criador à expressão material de seus pensamentos e sensações, realizando-os de ‘maneira original’ ou não, com ‘estilo pessoal’ ou não, conforme sua maior ou menor aptidão. A ausência de originalidade ou estilo pessoal próprio não implica em negação psicomonista do êxtase poético: o leitmotiv. A poesia existe em sua concepção psicossomática dualista. Falta-lhe, porém, a criatividade da comunicação, sempre obediente a um mínimo de preceitos básicos, sem os quais não poderá alcançar o público que lhe dará, ou não, reconhecimento e aprovação.

É por aí que “O Ofício do Poeta” entra para tentar auxiliar, considerando que a criação literária tem sido interpretada, em todos os tempos, como a fusão da intenção criadora e a expressão artística. A palavra – antes elemento nuclear da comunicação – vem absorvendo as mutações lingüísticas próprias do avanço tecnológico do nosso tempo, não devendo – por enquanto – ser foco principal de nossos propósitos iniciais.

Todavia, é fundamental reconhecer que na palavra ‘Há intenções, emoções ou vivências ocultas sob os seus tons e sons indiferentes. A palavras escrita oculta o mundo espiritual do poeta e o leitor compreensivo pode desentranhá-lo. A palavra fixada no texto literário tem acepção e valor convencional no mercado lingüístico’, a despeito da singularidade com que é tratada no mundo contemporâneo. Mas ‘a palavra, já pelo contexto, já pelo matiz insuflado pelo seu criador, passa a ter significado especial, diverso do uso corrente’ (Castagnino em El análisis literario). Neste caso, “O Ofício do Poeta” pretende relevar também, como plano do ‘fato literário’, o princípio de que ‘sonhos são direitos fundamentais indisponíveis da alma humana’ e, como tal, intocáveis...


Afonso Estebanez

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