O OFÍCIO DO POETA
Objetivo: prestar auxílio cultural voluntário aos interessados em
iniciar na arte da criação literária no âmbito da poesia, através de estímulos
especiais que visem à desobstrução do medo resultante da inibição, da timidez,
da discriminação de qualquer espécie e de outros fatores de exclusão dos
indivíduos do processo de autoafirmação sociocultural.
Concebida a poesia, passa o criador à expressão material de seus
pensamentos e sensações, realizando-os de ‘maneira original’ ou não, com
‘estilo pessoal’ ou não, conforme sua maior ou menor aptidão. A ausência de
originalidade ou estilo pessoal próprio não implica em negação psicomonista do
êxtase poético: o leitmotiv. A poesia existe em sua concepção psicossomática
dualista. Falta-lhe, porém, a criatividade da comunicação, sempre obediente a
um mínimo de preceitos básicos, sem os quais não poderá alcançar o público que
lhe dará, ou não, reconhecimento e aprovação.
É por aí que “O Ofício do Poeta” entra para tentar auxiliar, considerando
que a criação literária tem sido interpretada, em todos os tempos, como a fusão
da intenção criadora e a expressão artística. A palavra – antes elemento
nuclear da comunicação – vem absorvendo as mutações lingüísticas próprias do
avanço tecnológico do nosso tempo, não devendo – por enquanto – ser foco
principal de nossos propósitos iniciais.
Todavia, é fundamental reconhecer que na palavra ‘Há intenções,
emoções ou vivências ocultas sob os seus tons e sons indiferentes. A palavras
escrita oculta o mundo espiritual do poeta e o leitor compreensivo pode
desentranhá-lo. A palavra fixada no texto literário tem acepção e valor
convencional no mercado lingüístico’, a despeito da singularidade com que é
tratada no mundo contemporâneo. Mas ‘a palavra, já pelo contexto, já pelo matiz
insuflado pelo seu criador, passa a ter significado especial, diverso do uso
corrente’ (Castagnino em El análisis literario). Neste caso, “O Ofício do
Poeta” pretende relevar também, como plano do ‘fato literário’, o princípio de
que ‘sonhos são direitos fundamentais indisponíveis da alma humana’ e, como
tal, intocáveis...
Afonso Estebanez
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