A MAGIA DA EXPRESSÃO LITERÁRIA
OFICINA – MODULAÇÃO INTERATIVA - 02
*QUEBRADO O TABU DAS FORMAS FIXAS*
OFICINA – MODULAÇÃO INTERATIVA - 02
*QUEBRADO O TABU DAS FORMAS FIXAS*
Afirmamos no módulo 01 ser ‘...
sensato que nos atenhamos (...) ao ofício da materialização linguística da
poesia e da elucidação de alguns de seus mistérios, através do culto à
cumplicidade, à lealdade e à simplicidade de expressão poética’, e garantimos,
ainda, não existir ‘metodologia ou cartilha específica para o ofício de poeta’.
Firme-se, pois, coerência com objetivo inicialmente traçado no frontispício
desta página, seja o de ‘prestar auxílio cultural (...) aos interessados em
iniciar na arte da criação literária no âmbito da poesia, através de estímulos
especiais que visem à desobstrução do medo resultante da inibição, da timidez,
da discriminação de qualquer espécie e de outros fatores de exclusão dos
indivíduos do processo de autoafirmação sociocultural’. Temos, pois, que os
valores conceituais das ‘regras’ ou ‘técnicas’ das chamadas ‘formas fixas’ não
se incluem mais no elenco da matéria prima indispensável à criação artística ou
na obtenção do êxtase estético de uma obra literária no mundo contemporâneo,
também dito ‘atemporal’. Muitos intelectuais ainda nos servimos de tais
recursos e valores, porque eles, por outro lado, nunca perderam a eficácia como
estimulantes em face dos desafios da arte através dos tempos. Mas as diversas
‘vanguardas modernistas’ da história da literatura conseguiram ‘desnaturalizar’
esse gênero de produção artística, abrindo novos horizontes antes
negligenciados. E esse fenômeno ‘evolutivo’ ocorreu acentuadamente no campo da
poesia: do século XII (Poesia Provençal, Dante Alighieri e Francesco Petrarca)
até o século XVII, consolidaram-se diversas ‘formas de poesia escrita’
adequadas às línguas modernas que serviram de ‘asas’ da fênix de sua evolução
técnica. E no século XIX, tais formas de poesia – como o soneto –
transformaram-se em ‘naturais’ e infringir suas regras constituía uma ofensa
canônica irremediável. Modernamente, isso deixou de ser assim definitivamente,
pois a arte do soneto foi ‘desfetichizada’. E ainda voltaremos ao assunto...
Afonso
Estebanez
Nenhum comentário:
Postar um comentário