quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O QUE FICA PARA SEMPRE


O verso tem que ser um sofrimento
pela dor que se dói dentro do peito.
Ou não é verso... é só divertimento
 do tempo que se leva sem proveito.

No sentido da flor há encantamento
que, doído de espinho sem despeito,
desperta sem nenhum padecimento
como os versos doídos num soneto.

Todo intento de amor morre cativo
de algum sonho vivido sem motivo
num futuro algemado no presente.

E amor é como pássaro na aurora:
e canta e chora e dói e vai embora.
Mas o seu canto fica para sempre!

Afonso Estebanez

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