CICATRIZES
Perdi de há muito a última
quimera.
Jaz no relógio o outono que passou,
nem mais sinto sinais de primavera
nos desertos do inverno que restou.
Jaz no relógio o outono que passou,
nem mais sinto sinais de primavera
nos desertos do inverno que restou.
A esperança não é nenhuma
espera,
o horizonte é distante de onde estou
como a morte que não se desespera
insepulta a esperar por quem ficou.
o horizonte é distante de onde estou
como a morte que não se desespera
insepulta a esperar por quem ficou.
Das cicatrizes ficam-me as
ternuras
das paixões suavemente ressentidas
de pecados de amor não cometidos.
das paixões suavemente ressentidas
de pecados de amor não cometidos.
Só Deus sabe de quantas
amarguras
hei me restar sangrando sem feridas
dos funerais de sonhos não vividos.
hei me restar sangrando sem feridas
dos funerais de sonhos não vividos.
Afonso Estebanez –
20-06-2016
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