segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DOCE ASFIXIA DE AMOR


Ah, se te houvesse padecer o quanto
do tanto que esse amor desesperado
padeceu-me de enfado e desencanto
como um beijo nos lábios sepultado.

Ah, se me houvesse redimir o pranto
do tanto que te amei sem ter amado
em padecendo em ti morrendo tanto
como o canto de um pássaro calado.

O amor que me asfixia de esperança
também se cala e em ti retine mudo
como sino a tanger sem ressonância.

Ah, não te fora o místico ‘contudo’...
Eu perdoaria o ‘mas’ da intolerância.
E meu amor, sem ‘mas’, seria tudo!

Afonso Estebanez
(Dedicado a Maria Magali de Oliveira
– fiel companheira de jornada)

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