sábado, 20 de dezembro de 2008

EXALTAÇÃO


EXALTAÇÃO

Meu ser entrego ao derradeiro alento
no desenlace de minha alma ungida
pela esperança de num vão momento
galgar a morte na ilusão da vida.

Mas tudo o que me resta é a fé contida
num rasgo de prazer do sofrimento
de rebuscar na treva a luz perdida
no inferno elemental desse tormento.

E em já meu ser demente e sibilino
qual num culto de amor semidivino
minh’alma chora, hesita, mas persiste...

E flui por entre estrelas e alvoradas
num turbilhão de luzes deflagradas
ante a certeza de que Deus existe!

Afonso Estebanez
(Premiado em 1990 no “Concurso Nacional de Sonetos”
promovido pela Casa do Poeta “Lampião de Gás” – SP.
Comemoração ao centenário da morte de Guilherme de
Almeida)

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