
Por ofício de mim é que todos os dias
permito-me acompanhar a minha vida
num salto vagaroso sobre as penedias
escarpadas da manhã tardia e suicida...
Celebro o abundante ritual de chuvas
derramadas nos cristais das açucenas
excitadas nas mãos leves das plumas
da noite adormecida entre alfazemas...
Percorro alhures os becos sem saída
e à minha sombra amante faço amor.
Bastante a lua recostada na avenida
onde o pousar seja um doer sem dor...
Faço anúncios da face da primavera.
Agito o amor das almas sem perdão.
Mas o meu ser não deixa de ser fera
mera sombra de um pássaro no chão...
A. Estebanez
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